Chora o pai em desespero
Chora a mãe em profusão
Chora o Brasil inteiro, também chora o irmão
Chorar é tudo que resta
O choro é consolação
Jovens no auge da vida
Na idade de sorrir
Se o mundo é assim tão belo
Foram, então, se divertir
Nenhum guri que morrer
Nenhuma garota sucumbir
Cairam na ratoeira
Um porão negro, homicida
Entraram com alegria
Na armadilha já bem conhecida
Não conseguiram sair
Deixaram ali suas vidas
Quem são os culpados disso?
Restou a dúvida atroz
Se eu disser que estou fora
Vai se escutar minha voz
Mas vai calar a minha consciência
A culpa é de todos nós
Por ver as coisas assim
Sempre tão mal resolvidas
A falta de responsabilidade
A ganância insandecida
E a morte semeando oportunidades
Para depois ceifar vidas
Que a justiça seja feita
Doa em quem doer
Não vai apagar os erros
Não vai fazer esquecer
Mas vai cobrar as lições
Que precisamos aprender.
Por Cleberto Barros Corrêa - Gaudério do Asfalto, Santa Maria - RS